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Pouso Alegre (MG) de antigamente: atropelamento por ‘charrete em disparada’

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Pouso Alegre de antigamente: atropelamento por ‘charrete em disparada’

Na edição de 1° de abril de 1936 o jornal A RAZÃO, de Pouso Alegre, no Sul de Minas, relata curioso ‘desastre que alarmou por instantes os moradores’ da Rua Silviano Brandão, até hoje uma das vias mais importantes do centro da cidade.

‘Uma charrete em disparada atropelou a srta. Guiomar Bueno, que sahiu ferida, sendo medicada logo em seguida (sic)’, concluí a nota do redator da publicação.

https://www.instagram.com/p/B7rTAXkJKG1/

Popular antes da fabricação em massa de automóveis, as charretes – hoje encontradas em atividade em centros turísticos –  eram usadas para deslocamentos de média e longa distância.

O controle da tração animal, vez ou outra, provocava acidentes como o descrito na Pouso Alegre dos anos 30, motivo de repercussão por dias e até semanas.

O jornal A RAZÃO era editado pelo Núcleo Integralista de Pouso Alegre e circulou entre março de 1936 e dezembro do ano seguinte. Está disponível gratuitamente no site da Biblioteca Nacional.

Fazia parte de um grupo de mais de 100 jornais, conhecido como rede de notícias Sigma Jornais Reunidos, sobe comando de João Queiroz, de acordo com informações do Museu Histórico Municipal Tuany Toledo.

História de Pouso Alegre

A origem do nome Pouso Alegre teria surgido em diálogo entre o governador D. Bernardo José Lorena e o juiz Dr. José Joaquim Carneiro de Miranda em 1797. 


‘Encantados pelo suntuoso panorama que se descortinava aos seus olhos, e pelos castos e límpidos horizontes que os cercavam, conta-se que um daqueles personagens dissera: “Isto não devia chamar-se Mandu, mas sim Pouso Alegre”’, revela a Enciclopédia dos Municípios Brasileiros – Volume XXVI (1959).

Pouso Alegre de antigamente: atropelamento por ‘charrete em disparada’
Avenida Dr. Lisboa em 1948 | Acervo do Museu Histórico Municipal Tuany Toledo

O antigo lugarejo tinha o nome de Arraial do Bom Jesus de Motozinhos de Mandu (junção de Mandi – peixe – e Yu – amarelo), nome de rio afluente do Sapucaí, que nasce em Campos do Jordão (SP) e banhos São Paulo e Minas Gerais.

Pouso Alegre é o segundo município – atrás de Poços de Caldas com 167 mil habitantes – mais populoso do Sul de Minas, com 150 mil moradores, de acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) de 2019.

Movimento Integralista

Além dos tradicionais panfletos, a Ação Integralista Brasileira (AIB) manteve dezenas de jornais para propagação de ideias de ‘combate ao comunismo’. 

Logo do jornal integralista A RAZÃO, de Pouso Alegre (MG): circulou nos anos 36 e 37
Logo do jornal integralista A RAZÃO, de Pouso Alegre (MG): circulou nos anos 36 e 37


1936, primeiro ano de circulação do jornal A RAZÃO de Pouso Alegre, ficou conhecido como ‘ano verde’, cor da ‘indumentária adotada pelo militantes’, relata a revista Camisas Verdes em Marchas no Solo Mineiro, do Arquivo Público Mineiro.

No ano seguinte, com a promulgação do Estado Novo (regime instaurado em novembro por Getúlio Vagas e em vigor até janeiro de 1946), os registros dos partidos políticos foram cassados.

Outros periódicos da AIB catalogados em Minas Gerais são Brasil Novo (São João Del-rei), Aço Verde (Santa Rita do Sapucaí), O Sigma (Juiz de Fora), A Voz da Raça (Passa Quatro) e O Integralista (Carangola).

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